sábado, 29 de agosto de 2020

Entrevista a Nocturno, Xerión agosto 2020

Á hora de redactar esta entrevista xa está a venda material novo de XERIÓN. O pasado Día Nacional de Galicia saltaban á loucura da rede 'Danças de agonia e peste'. Nocturno, que nos atopamos en https://xeriongaliza.bandcamp.com/album/dan-as-de-agonia-e-peste ?
 
Saudos Félix! Mil grazas por fazer esta entrevista do XERIÓN.
 
"Danças de agonia e peste" foi ideado e registrado durante o confinamento, e nele misturam-se seis pequenas e novas composiçóns mais uma versom duma cançom dos OMINOUS numa onda medieval interpretadas com réplicas de instrumentos antigos e/ou tradicionais (pito maragato, órgão positivo, oud, cítola, sinfonia e psaltério). A nivel estrutural e compositivo som uma homenagem ás sete cantigas de amigo de Martim Códax, assí como os textos que as acompanham, mais nom a temática, que leva um aquele futurista (ou cecais nom?) e claramente distópico.
 
Centrémonos na anterior proposta, 'O Nada no Caos Infinito', onde nos fas pasar pola fraga, a noite, un día, outra noite en desesperación, ata chegarmos a unha casa na que ferve un caldeiro. Todo isto seguindo as letras do disco. Teñen un senso de camiñar, de movemento, ou a orde non foi programada?
 
A orde das cançóns foi programada uma vez forom compostas por separado. Algumas delas remateinas durante a própia gravaçom, como "Perdido no abafante silêncio da angústia" que tem muito de improvisaçom no momento; outras tenhem melodias e harmonias bastante anteriores, como "Na infame terra dos miseráveis", ou "Nesta hora de pálida saudade", que já registrara o outono passado num ensaio; incluso há uma, "Do insondável e abismal empíreo", cuja letra escrevim a partires do maravilhoso desenho que Brais Remeseiro Portela fez prá cinta. Uma vez escritas e, como digo, com algumas já registradas ou em processo, foi quando fixei uma ordem tendo em conta mais o aspeto sonoro que lírico, de como queria que fosse a evoluçom de velocidades e intensidades, ambientes e sensaçóns, pra unir num todo várias partes tam diferentes e em princípio inconexas.
 
En 'A essência do Abismo' atopabámonos cun percorrido pola fraga, paralelo a outro interior, nunha gama contemplativa dende a beleza ata o afundimento, pasando pola loita. Neste 'Nada' o camiño céntrase mais nesa dimensión escura do camiñante, que non parece atopar motivos belos de contemplación, nin no ceo nin na terra. Mais segues falando da esperanza, inda que estea agochada no mesmo Abismo aterrador. A impresión duns cantos escuros xa aparece con esa portada tan curiosa.
 
Nom es a primeira persoa que atopa e sente uma certa esperança na música do XERIÓN. Cecais tenha que ver com serem cançóns compostas a modo de catarse persoal, nadas duma profunda necessidade de serem plasmadas em sons diferentes sensaçóns, pensamentos e visóns persoais que geralmente tenhem que ver com aspetos negativos da minha existência. Mais que no fundo agocham um anseio, uma busca de superaçom e crescimento persoal que, dum jeito ou doutro, amossam essa certa esperança em seguir o caminho que a Negra Sombra tenha traçado, algo ao que ajuda infinitamente a contemplaçom da Luz no infinito da Noite...
 
 
Este sexto álbum é de dixestión pausada, é dicir, a min costoume meterme nel, parecíame como un caixón de recordos revoltos que, con cada nova audición, iban coincidindo ou diferenciábanse moitísimo uns de outros. Lonxe de ser un álbum de consumo ou disfrute rápido, semella que queres que lle demos tempo e que non nos fiemos da primeira impresión. Podes compartirno un pouco do que hai dentro de ti á hora deste novo "afam de experimentaçom (que também), froito de um processo estético e ideológico"?
 
Quando rematamos de gravar "A essência do Abismo" sentim a necessidade de fazer algo mais primitivo e singelo á hora de registrar as cançóns, sentimento que se incrementou ao rematarmos o EP "Derradeira saudade na lua lânguida" o passado outono. Começou a rondar-me pola cabeça ate que punto influem os límites concetuais (sobre tudo sonoros) nos que deve de mover-se o Metal Negro, e, já que logo, as opinións alheias sobre o nosso trabalho.
 
Quando comecei há quase vinte anos no XERIÓN escrevia o material pensando numa banda real formada por bateria, uma ou duas guitarras, baixo, teclados e voz, com eventuais instrumentos tradicionais e/ou antigos. Mais estava eu sozinho, gravando tudo com médios rudimentários e coa ajuda duma caixa de ritmos. Pouco a pouco, e naqueles primeiros anos, fum dando passos pra lograr o ideal que duma banda tinha na minha mente, tanto a nivel formaçom (coa incorporaçom doutras persoas ao projeto) como a nivel técnico (fazendo-me com milhores médios tanto pros diretos como gravaçóns), e achegar-me assí a ele sem perder uma certa identidade. Até que punto foi consciente ou inconsciente, nom o sei... mais si que, no fundo, essa foi a minha linha de trabalho.
 
Mais, pensando bem nelo, nom deixa de ser uma certa impostura, sobre tudo nos últimos tempos nos que somente quedamos Daga e mais eu, coa contínua colaboraçom de O Rei Celta No Exílio quando o requerimos. No quarto álbum "Escárnio, Maldizer e Morte" fizemos uma primeira aproximaçom reduzindo aos mínimos elementos a sua gravaçom pensando no direto: guitarra, teclado e voz... e ainda assí gravei por separado a bateria...
 
Desta vez tocava dar um último passo, e fazer um álbum pensando, por um lado, numa caixa de ritmos co seu som artificial e mecánico, nom numa persoa hipotética e ideal; e polo outro, nos mínimos elementos pra cada cançom, evitando tudo o supérfluo na busca de cadansua ideal essência. E tudo ele cum som rudimentário e primitivo, em muitos casos com médios demasiado singelos e à primeira toma, incluindo sons ambientais nom buscados mais que, bom, aparecêrom aí, e aí quedárom...
 
Sei que muita gente, incluso alguma que gosta dalgúns trabalhos anteriores do XERIÓN, nom vai a escuitar mais duns poucos segundos, bem pola sonoridade tam ruda e nalgúns momentos desagradável, bem no momento no que ouva a caixa de ritmos, bem polo cecais desconcertante de tudo ele... Bom, este álbum nom foi composto pra elas... nim sequera está composto pra ouvir em qualquer momento...
 
Mais bem é certo que, a dia de hoje, creo que é o mais preto que esteve do meu ideal do Negro Metal da Morte...
 
Tódalas fotos foron xentilmente cedidas para o seu uso aquí por Nocturno.
 

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